sábado, 30 de abril de 2011

Olha-me



  Olha-me de novo com mais cuidado
E fingi que sou um lago límpido e te miras.
Olha-me profundamente feito narciso e te afoga em mim.
Olha-me mais uma vez
E finge que sou um lindo jardim onde a primavera desabrocha
Te encanta com minhas flores, sente o perfume das rosas, mas cuide para que não te firas.
Olha-me pela última vez
Imagina que é inverno
E finges que sou um casaco de lã e te agasalha em mim.
Olha, hoje é despedida
Me abraça forte, e minhas lágrimas se transformarão em chuva
que te molha, te lava, mas não te apaga.
Sou como um navio á deriva e te vejo partindo sem mim...
Já tão longe que não consigo te enxergar.

Quando te vi

                       
Quando te vi, não notei
Fui me aproximando e gostei.
Impossível não gostar,  motivos de sobras tenho
preciso explicar?
Hoje acordei sem motivos pra sorrir.
Lágrimas são gotas do oceano da alma, e ás vezes transbordam.
Choro pelas coisas que não vivi
Pelas palavras doces que não disse
Pelas suas mãos deslizando meus cabelos
Pelos beijos que se perderam
Pelos abraços, pelo aconchego
Pelos teus sorrisos, cúmplice de minha alegria.
Já tinhas decidido embarcar nessa aventura, e eu fiquei.
O que eu sentia, virou síntese.
O que sentias? uma incógnita.
Esse teu amor é  mármore, frio, inatingível , indecifrável.
Nada dizes, nada sentes, nada és.
Resta essa pequenina dor e o coração ficou feito um livro fechado.