quarta-feira, 16 de abril de 2008

O herói que mata



Acompanhei o caso, da pequena Isabella Nardoni com ansiedade e revolta.
Sem querer julgar, meu coração já apontava os suspeitos, não querendo acreditar.
Mas eis o desfecho da tragédia sem surpresas: foram eles, pai e madrasta.
Esse é apenas um dos casos hediondos do nosso País que vem á tona pela mídia.
Todos os dias, nesta cidade ou em algum lugar desse país, crianças são espancadas, violentadas, torturadas e mortas - não só no corpo, mas na alma, na auto-estima, e essa por incrível que pareça, é uma ferida que nunca cicatriza.
Como um pai seria capaz de matar seu próprio filho?
Isso é inconcebível. O que leva alguém a praticar um crime desses?
Seria vingança? O ódio? A paixão pelo cônjuge? Mesmo se fosse uma dessas situações, nada justificaria tal ato.
Pai, nosso herói - valente, provedor, protetor, destemido,o leão na defesa dos seus filhotes, que sempre nos carregava no colo quando mamãe estava cansada... era ele quem chamávamos quando estávamos em apuros!
Quando criança, a palavrinha “pai” nos deixava mais confiantes e seguros com a certeza de que nada , nem ninguém nos machucaria .
E assim que vejo a figura paterna. E assim será pra mim, sempre.
Mas vejo o herói que mata. O menino prodígio ao contrário, o super-homem bizarro, que arquiteta planos maquiavélicos, realizando um sadismo sem medida contra o seu admirador.
E isso tudo é horrendo, inadmissível e entristecedor.
Só quem tem uma mente doentia é capaz de destruir tudo a sua volta. E quem sobrevive tem seu riso transformado em lágrimas, e a admiração em mágoa.
Meu pai, meu herói, meu amigo. Essa é frase que meus ouvidos desejam sempre ouvir.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Solidão, que nada...


                                                         
Quem me dirá a verdade sobre tudo? Se nossa existência é um enigma.
Podendo confundir-me, prefiro ficar aqui... cá com meus pensamentos.
Quem me dirá o que é o amor? Se as pessoas nem se olham mais...
Prefiro a solidão.
Estando só, me reencontro, me refaço, e o vazio se torna cheio;
Aprendo mais sobre mim, escuto mais, enxergo mais...
Demorou um certo tempo pra compreender a necessidade da solidão,o que pra muitos é um desespero , pra mim é opção.
Quem será capaz de desvendar segredos inimaginável das almas?
A verdade absoluta quase metafísica?
Ás vezes me imagino sendo incapaz de amar. Ora, sendo o amor um dom puro,
um exercício de ternura, compaixão e aceitação, não me será apenas uma palavra, onde enamorados, pronunciam um vago : Eu te amo , sem o verdadeiro conhecimento de causa.
Se assim for, prefiro renunciá-lo.
O amor é algo além da química de um beijo, do entrelaçamento de corpos...
O amor é aceitar o outro como ele é, com suas verdades, crenças, com seu jeito esquisito de ser, com suas variações de humor....
Amar é doar-se jamais esperando retribuições, é perdoar sem que a recíproca seja verdadeira.
Amar é renúncia, zelo, escolha.
Algo tão sublime assim, não é pra qualquer um.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fotografia

                                                                              
É bem verdade o que escrevo...
Digo isto, não em tom de tragédia anunciada
Nem de incêndio incontido, mas fugazmente digo que o que vês, se é que enxergas, não passa de cores e formas , essas por sinal tão belas como uma miragem no deserto.
Não te impressiones.
Na fotografia a alma se mira no espelho, onde a grafologia tenta decifrar momentos únicos de felicidade ou de dor expressa
Mas, não te iludas.
Vês somente com os olhos da alma... corpos são apenas corpos...
E no silêncio me refugio.
Onde a verdade implícita sobrepõem as fotografias que por mim são reveladas.