Acompanhei o caso, da pequena Isabella Nardoni com ansiedade e revolta.
Sem querer julgar, meu coração já apontava os suspeitos, não querendo acreditar.
Mas eis o desfecho da tragédia sem surpresas: foram eles, pai e madrasta.
Esse é apenas um dos casos hediondos do nosso País que vem á tona pela mídia.
Todos os dias, nesta cidade ou em algum lugar desse país, crianças são espancadas, violentadas, torturadas e mortas - não só no corpo, mas na alma, na auto-estima, e essa por incrível que pareça, é uma ferida que nunca cicatriza.
Como um pai seria capaz de matar seu próprio filho?
Isso é inconcebível. O que leva alguém a praticar um crime desses?
Seria vingança? O ódio? A paixão pelo cônjuge? Mesmo se fosse uma dessas situações, nada justificaria tal ato.
Pai, nosso herói - valente, provedor, protetor, destemido,o leão na defesa dos seus filhotes, que sempre nos carregava no colo quando mamãe estava cansada... era ele quem chamávamos quando estávamos em apuros!
Quando criança, a palavrinha “pai” nos deixava mais confiantes e seguros com a certeza de que nada , nem ninguém nos machucaria .
E assim que vejo a figura paterna. E assim será pra mim, sempre.
Mas vejo o herói que mata. O menino prodígio ao contrário, o super-homem bizarro, que arquiteta planos maquiavélicos, realizando um sadismo sem medida contra o seu admirador.
E isso tudo é horrendo, inadmissível e entristecedor.
Só quem tem uma mente doentia é capaz de destruir tudo a sua volta. E quem sobrevive tem seu riso transformado em lágrimas, e a admiração em mágoa.
Meu pai, meu herói, meu amigo. Essa é frase que meus ouvidos desejam sempre ouvir.