Por ironia do destino, eu , que tanto me preocupava com o sofrimento das mães, com a dor de perder alguém que amo, nessa sexta-feira 13 não foi diferente.
Depois daquela ligação, meu coração se partiu em dois , primeiro pela notícia que minha avó estava partindo, e segundo porque sabia que minha mãe estaria inconsolável.
A dor que naquele dia senti, abateu minha alma profundamente.
Vovó era chamada de D.Maria, ela era nossa Lurdinha, Malu, Maria de Lurdes- ela era muito amada por todos nós. E ela sabia disso. Sempre soube.
Mulher forte, sábia, generosa, bondosa, vovó sempre tinha algo de bom pra nos falar, sempre nos colocava pra cima... Sempre dizia nas dificuldades “ Deus proverá” foi em sua casa, que morei uma boa parte de minha infância, onde nós, netos, primos e tios passamos momentos felizes.
Ah! Vovó, como era gostoso aquele abraço, aquele beijo. Aqueles braços fofinhos, tão macios e era tão gostoso de agarrar.
Ah! Quanta saudade você nos deixou.
Jamais esquecei você. Um exemplo de caráter, de educação rígida ,(lembrei da palmatória) que destes aos teus filhos, e que valeu a pena.
Deus foi tão misericordioso e bondoso conosco, que proporcionou a ela uma morte sem dor, sem sofrimento.. Partiu como se estivesse num sono profundo, calmo, e sereno.
E naquela linda tarde ensolarada de sábado, onde pássaros cantavam, me despedi de ti, mas não foi pra sempre.
Se hoje choro, é de saudade, é o momento egoísta do ser humano de não aceitar a perda. De querer pra sempre a pessoa a quem ama do lado.
Contudo a vida segue... E só o tempo irá curar essa dor.
Depois que a dor passar, nosso coração se encherá de uma saudade gostosa, em saber que passastes por essa vida, deixando o amor gravado a ferro e fogo em nossos corações.
Até breve Maria...
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente, não mais que de repente.”
Soneto de separação (Vinícius de Moraes)